¡Hay que mirar, mirar!

Um blog feito à medida de todos, quase perfeito para alguns, e um degredo para outros!

sábado, novembro 04, 2006

Pensamentos

A determinada altura da vida, alguêm de nome Paulo Geraldo, escreveu o seguinte texto:


Vamos pela vida intercalando épocas de entusiasmo com épocas de desilusão. De vez em quando andamos inchados como velas e caminhamos velozes pelo mar do mundo; noutras ocasiões - mais frequentes do que as outras - estamos murchos como folhas que o tempo engelhou. Temos períodos dourados, em que caminhamos sobre nuvens e tudo nos parece maravilhoso, e outros - tão cinzentos! - em que talvez nos apetecesse adormecer e ficar assim durante o tempo necessário para que tudo voltasse a ser belo.
Acontece-nos a todos e constitui, sem dúvida, um sinal de imaturidade. Somos ainda crianças em muitos aspectos.
A verdade é que não temos razões para nos deixarmos levar demasiado por entusiasmos, pois já devíamos ter aprendido que não podem ser duradouros.
A vida é que é, e não pode ser mais do que isso.
Desejamos muito uma coisa, pensamos que se a alcançarmos obtemos uma espécie de céu, batemo-nos por ela com todas as forças. Mas quando, finalmente, obtemos o que tanto desejávamos, passamos por duas fases desconcertantes. A primeira é um medo terrível de perder o que conquistámos: porque conhecemos o que aconteceu anteriormente a outras pessoas em situações semelhantes à nossa; porque existe a morte, a doença, o roubo...
A segunda fase chega com o tempo e não costuma demorar muito: sucede que aquilo que obtivemos perde - lentamente ou de um dia para o outro - o encanto. Gastou-se o dourado, esboroou-se o algodão das nuvens. Aquilo já não nos proporciona um paraíso.
E é nesse momento que chega a desilusão, com todo o seu cortejo de possíveis consequências desagradáveis: podem passar-nos pela cabeça coisas como mudarmos de profissão, mudarmos de clube, trocarmos de automóvel ou de casa, divorciarmo-nos... E, então, surge o desejo de partir atrás de outro entusiasmo: queremos voltar a amar...
Nunca mais conseguimos aprender o que é o amor.
Se nos desiludimos, a culpa não está nas coisas nem está nas outras pessoas. Se nos desiludimos, a culpa é nossa: porque nos deixámos iludir; porque nos deixámos levar por uma ilusão. Uma ilusão - há quem ganhe a vida a fazer ilusionismo - consiste em vestir com uma roupagem excessiva e falsa a realidade, de modo a distorcê-la ou a fazê-la parecer mais do que aquilo que é.
Quando nos desiludimos não estamos a ser justos nem com as pessoas nem com as coisas.
Nenhuma pessoa, nenhuma das coisas com que lidamos pode satisfazer plenamente o nosso desejo de bem, de felicidade, de beleza. Em primeiro lugar porque não são perfeitas (só a ilusão pode, temporariamente, fazer-nos ver nelas a perfeição). Depois, porque não são incorruptíveis nem eternas: apodrecem, gastam-se, engelham-se, engordam, quebram-se, ganham rugas... terminam.
Aquilo que procuramos - faz parte da nossa estrutura, não o podemos evitar - é perfeito e não tem fim. E não nos contentamos com menos de que isso. É por essa razão que nos desiludimos e que de novo nos iludimos: andamos à procura...
De resto, se todos ambicionamos um bem perfeito e eterno, ele deve existir. Só pode acontecer que exista. Mas deve ser preciso procurar num lugar mais adequado.


Reflitam, e pensem no rumo que querem dar à vossa vida!

7 Comments:

às 04 novembro, 2006 05:08, Blogger António Ferro disse...

Não será a perfeição a consequência e não o objectivo?

 
às 04 novembro, 2006 19:11, Blogger Gamanços disse...

a paneleirice desceu a terra e encarnou no Alvaro

 
às 04 novembro, 2006 22:03, Blogger Maria disse...

Excelente texto...
bjs****

 
às 04 novembro, 2006 23:45, Blogger ricardo fernandes disse...

O post tá qq coisa... para quem o perceber, sem dúvida! Só não concordo quando dizes, e cito: "Antes um post destes, que uma badalhoquice qualquer...", quando é mais que sabido que este blog tem "luz verde" para todo o tipo de conteúdo... como se tem lido.

 
às 05 novembro, 2006 00:13, Anonymous Anónimo disse...

realmente muito... filosofico e profundo.... mas a vida é mm assim... é um ciclo de altos e baixos.. a nós resta-nos saber aprender com os erros do passado... De facto o autor tem razao qd diz que akilo k tt nos custa a conkistar depressa perde o encanto... faz parte da natureza humana... unca estamos bem com aquilo que temos enquanto nao estivermos em harmonia com o k somos....
bj

 
às 06 novembro, 2006 10:15, Anonymous Anónimo disse...

andas a ler umas coisas interessantes Gabinho... Parabens!
somos crianças, sim,em muitas aspectos...e enkto tivermos essa capacidade de ser crianças, tudo terá encanto...porque as crianças conseguem sempre ver o encanto de cada pedaço, de cada momento, de cada coisa..e aí é k reside o encanto da vida: o de podermos ser crianças e viver intensamente cada momento, cada sentimento como se fosse a 1º vez;)

 
às 06 novembro, 2006 17:17, Anonymous Anónimo disse...

pois, às vezes aprendemos que as ilusoes sao bem melhor que a realidade e deixamos de acreditar k nao passam de ilusoes... mt fixe este teu texto... jokitas

 

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